segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Bilhetinho
Benzinho, estou louca. O mundo me está esquisito, as ruas trocadas, tá tudo invertido e de cabeça pra baixo. Ando, ando, sigo setas, sinais, placas, mas não me encontro. Tudo gira ao meu redor e nada faz sentido, e eu só quero uma resposta, céus, uma simples resposta! Às vezes o caminho parece certo, mas aparecem bem no meio pessoas interessantes, cheiros gostosos e lugares atraentes e eu me distraio... No final da estrada aparece um espelho meio torto, com uns pedaços faltando, e não há reflexo! Fico sem identidade, fico frustrada, grito nomes, peço ajuda, mas estou muda e invisível. Corro para todos os lados, faço e refaço meus caminhos mas é tudo igual! E quanto mais ando, mais distante pareço estar de mim mesma... Os caminhos são sempre os mesmos, já sei de cor e salteado cada passo que dei e todos os que ainda vou dar. Tudo está cada vez mais monótono, já me acostumei a fazer tantos círculos que quando me aparece um caminho diferente para seguir, fico com medo de mudar tudo de novo porque isso talvez me faça mal, talvez, talvez, sei lá. No entanto, algo me prende, tem algo me dizendo pra continuar porque vai ser melhor assim. Mas eu não sei, não... Eu percebo que não tá tudo bem e que eu posso me encontrar no final de outro caminho, onde talvez o vento que me arrasta mais pra cá esteja mais forte, mas e daí? Deve chegar um momento em que ele pára, né? Será que chega? Esquece, você não vai saber. Ninguém sabe, mas é por isso que eu tô andando feito louca, é por isso que eu tô distante e eu espero que você entenda, meu amor. Eu quero uma resposta, você me conhece e sabe que não sou de ficar parada, tampouco de esconder debaixo do tapete. Então olha, eu tô indo, tá? A essa altura já devo estar chegando lá. Eu volto pra você, benzinho, eu volto pra ser feliz contigo ou sozinha, como tenho andado. Mas não me espera não, vai se perder também que a gente deve se achar...
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