sábado, 21 de dezembro de 2013

Sobre a experiência de ser um de onze palhaços na rua

Captação de emoções
Turbilhão de sentimentos e curiosidades

Difícil descrever as sensações
O brilho nos olhos de quem te corresponde
As dores no corpo que só foram aparecer quando o figurino foi embora
O choro da criança que foi silenciando enquanto ela te olhava correr ao lado da janela do carro em movimento

Tô imunda por você
Tô imunda do fundo do meu coração

Tudo é atraente
Tudo é atrativo
Eu quero subir nesse poste e naquele também
O que vocês estão fazendo presos aí, tão dentro de si? Vem brincar aqui fora

Você quebrou isso, você viu que quebrou, né?
Não vi não fiz não sei se respondo
Porque eu não sei se eu sou eu ou se eu sou um personagem ou se o personagem sou eu
Ou se...
Você quebrou
Agora eu vi sim, mas não, não foi por querer, viu é só encaixar, eu quero descer daqui, não quebrei nada não senhor, eu quero brincar com os outros

É muito estranho andar na rua sem nariz porque tudo ainda me deixa muito curiosa e eu observo as pessoas de uma forma tão instigada que poderia render coisas lindas, mas elas não reagem e eu caio no chão porque ninguém tava olhando pra mim
Olha pra mim, ou melhor, olha comigo
"Interessado, não interessante"
O interesse necessário

Eu queria que esse tipo de interação não fosse visto como coisa de maluco; mas talvez eu até prefira ser tomada como louca mesmo, porque isso de "ser normal" é a maior hipocrisia já inventada pelo ser humano
Que palhaçada

Personagem, definitivamente
Ou só pelo resto do dia




domingo, 15 de dezembro de 2013

Meu inventário de clichês

Em meio às várias tentativas de lhe fazer um poema bonito que não fosse clichê e que lhe pegasse de surpresa, eu lembro de que já lhe havia prometido o mesmo. Não falo nem do momento em que você realmente me cobrou um poema e nem da vez em que cantou minha música preferida, mas da promessa que meu corpo fez ao perceber que você combinava perfeitamente com meus versos atrapalhados e muito cheios de enfeites.
Se não fossem os suspiros que a sua música arrancou de mim nem a forma doce com que você me perguntou onde eu estava esse tempo todo, talvez eu não ficasse tão encantada com as luzes de natal da sua rua, que iluminavam a mesma noite em que tudo era quente mas, mesmo assim, os azulejos e o seu corpo junto ao meu pareceram refrescantes. Ainda não consegui fugir do clichê.
É que tem algo na sua voz que me puxa pelos pulsos e leva para uma imensidão de possibilidades em que tudo sobre você é envolvente e poético e me faz querer levar comigo cada centímetro do seu corpo - o que é muito estranho e novo para mim, confesso até que já tentei fugir e, aliás, não parei de tentar. 
Não me leve a mal, é que eu me assusto fácil, mesmo que sempre corra atrás do que é novo. Contudo, como se não houvesse chão atrás de mim e isso me obrigasse a pôr os dois pés à frente, eu me entrego assim mesmo e é assim 
que você me tem - ansiosa e cheia de medos, ainda imersa em inseguranças mas com a certeza de que, se eu me soltar, você vai me segurar e vai ficar tudo bem. Você tem a parte mais apaixonada de mim, que por muito tempo esteve escondida mas finalmente encontrou os braços em que pode ficar livre de receios e deixar a poesia pura e solta, por mais piegas que isso possa parecer.